segunda-feira, 5 de maio de 2014

O lançamento clandestino de resíduos sólidos urbanos só será reduzido mediante a conscientização popular
Autor: Gilson Morales – engenheiro civil e docente da UEL - Londrina

O ser humano acostumou-se a lançar resíduos no espaço urbano. Seja por negligência do poder público, seja por falta de uma política de educação ambiental ou por deficiência da educação familiar, as pessoas lançam toda espécie de resíduos nas ruas.
Acredita-se que estas práticas estejam associadas ao fato da sociedade ter se tornado extremamente consumista. O sistema leva os meios de produção a buscarem o lucro a qualquer custo, por meio da veiculação de informações de incentivo ao consumidor. Este, por sua vez, se lança ao consumo desenfreado buscando atender as suas necessidades pessoais e não se preocupa com o destino que vai dar aos resíduos gerados, depositando-os em locais a céu aberto, sem a preocupação com a contaminação do meio ambiente.
Decorrente destas práticas, ocorre a degradação ambiental, a poluição de logradouros públicos e espaços de lazer, prejudicando a fauna e a flora, deteriorando o espaço urbano e colocando em risco as pessoas que utilizam estes espaços. Uma conseqüência grave que se verifica atualmente é a proliferação da dengue em decorrência do acúmulo de água nestes amontoados de lixo.

É preciso de um alerta geral no sentido de se promover o comprometimento coletivo em relação a esta questão. Espaços freqüentados pela população universitária muitas vezes são os que apresentam maiores índices de lançamento de lixo urbano, especialmente nos locais de lazer e nos finais de semana. Somente com o desenvolvimento de uma consciência voltada para a preservação ambiental e para a sustentabilidade, particularmente junto aos estudantes universitários e do ensino médio, será possível mudar este panorama. Desta forma, fica um apelo aos jovens engajados em programas sociais e em trabalhos comunitários, no sentido de que promovam a disseminação destas novas idéias e do conceito de que a preservação ambiental trará benefícios diretos a eles mesmos e às gerações futuras.





Profº Dr. Gilson Morales

quinta-feira, 3 de abril de 2014

A duplicação da PR-445 – Gilson Morales para o Jornal de Londrina

(...) ”Gargalo logístico dificultava o escoamento da produção e comprometia a segurança e a qualidade do trânsito no trecho.”

A duplicação dos 17 quilômetros da PR-445, Rodovia Celso Garcia Cid, entre Londrina e Cambé polêmica. Envolvendo um projeto arrojado de engenharia, onde foram investidos cerca de R$95 milhões em serviços de terraplanagem, drenagem, pavimentação e obras de arte especiais, entre outros, sem dúvida, é um mega investimento do governo estadual no município de Londrina.
Espera-se, portanto, que a mesma atenda aos anseios da população da região em termos de solução de problemas viários decorrentes do elevado tráfego de veículos, principalmente veículos pesados, neste trecho da rodovia. Essa situação, há tempo, vinha provocando um gargalo logístico que dificultava o escoamento da produção e comprometia a segurança e qualidade do trânsito no trecho.
Como toda grande intervenção próxima a aglomerados urbanos, trouxe transtornos ao usuário e conseqüências para o cotidiano, decorrentes de desvios, bloqueios para rebaixamento da pista, entre outros. No caso particular da UEL, o desvio de tráfego pesado para dentro da universidade trouxe complicações associadas à adequação de sua malha asfáltica. É claro que, em obras deste vulto, é grande a preocupação com medidas que garantam o mínimo de impactos ambientais e que assegurem a preservação da fauna e flora locais.
Da mesma forma, é preciso atentar para os benefícios regionais, que extrapolam a região metropolitana e, no caso particular, para a zona sul da cidade, melhorando a integração municipal. No entanto, nós profissionais da área havemos de concordar que, em qualquer intervenção, a “construção civil” vem trazendo certo grau de “destruição ambiental”, seja nos 700Kg de CO2 emitidos na fabricação de uma tonelada de cimento ou na camada de vegetação removida do solo para abrigar o leito de uma nova rodovia. Sempre se espera que o benefício valha o preço pago em cada caso, cabendo a cada cidadão fazer sua avaliação pessoal.

Edição: 31/01/2014 - JL

*Gilson Morales é Doutor em Engenharia Civil e École des Ponts et Chauseés de Paris. Além de professor associado ao Deptº. de Construção Civil da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Dúvidas ou para maiores informações: grupogerar@yahoo.com.br