quinta-feira, 3 de abril de 2014

A duplicação da PR-445 – Gilson Morales para o Jornal de Londrina

(...) ”Gargalo logístico dificultava o escoamento da produção e comprometia a segurança e a qualidade do trânsito no trecho.”

A duplicação dos 17 quilômetros da PR-445, Rodovia Celso Garcia Cid, entre Londrina e Cambé polêmica. Envolvendo um projeto arrojado de engenharia, onde foram investidos cerca de R$95 milhões em serviços de terraplanagem, drenagem, pavimentação e obras de arte especiais, entre outros, sem dúvida, é um mega investimento do governo estadual no município de Londrina.
Espera-se, portanto, que a mesma atenda aos anseios da população da região em termos de solução de problemas viários decorrentes do elevado tráfego de veículos, principalmente veículos pesados, neste trecho da rodovia. Essa situação, há tempo, vinha provocando um gargalo logístico que dificultava o escoamento da produção e comprometia a segurança e qualidade do trânsito no trecho.
Como toda grande intervenção próxima a aglomerados urbanos, trouxe transtornos ao usuário e conseqüências para o cotidiano, decorrentes de desvios, bloqueios para rebaixamento da pista, entre outros. No caso particular da UEL, o desvio de tráfego pesado para dentro da universidade trouxe complicações associadas à adequação de sua malha asfáltica. É claro que, em obras deste vulto, é grande a preocupação com medidas que garantam o mínimo de impactos ambientais e que assegurem a preservação da fauna e flora locais.
Da mesma forma, é preciso atentar para os benefícios regionais, que extrapolam a região metropolitana e, no caso particular, para a zona sul da cidade, melhorando a integração municipal. No entanto, nós profissionais da área havemos de concordar que, em qualquer intervenção, a “construção civil” vem trazendo certo grau de “destruição ambiental”, seja nos 700Kg de CO2 emitidos na fabricação de uma tonelada de cimento ou na camada de vegetação removida do solo para abrigar o leito de uma nova rodovia. Sempre se espera que o benefício valha o preço pago em cada caso, cabendo a cada cidadão fazer sua avaliação pessoal.

Edição: 31/01/2014 - JL

*Gilson Morales é Doutor em Engenharia Civil e École des Ponts et Chauseés de Paris. Além de professor associado ao Deptº. de Construção Civil da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Dúvidas ou para maiores informações: grupogerar@yahoo.com.br