PAREDES VERDES E JARDINS VERTICAIS
Autora: Tatiana Vettori - Arquiteta e Mestranda em Engenharia de Edificações e Saneamento (UEL)
O jardim vertical, também conhecido como "parede verde", é uma técnica moderna utilizada em paisagismo, cada vez mais difundida nos grandes centros urbanos. É uma tendência que tem crescido e vem ganhando espaço junto à arquitetura e à construção civil, através de sua incorporação em projetos comerciais e residenciais [1].
Esta nova forma de implantar o verde nas edificações teve início com o botânico francês Patrick Blanc, que se especializou em plantas tropicais, sendo o responsável pela inovação e a popularização do jardim vertical. Uma de suas obras mais famosas é o Museu Quai du Branly em Paris [1].
As paredes verdes e os jardins verticais são uma boa solução para se trazer mais verde e qualidade de vida a ambientes construídos, permitindo uma perfeita integração da natureza à arquitetura, além de produzir cenários urbanos singulares [2]. este sistema possui pouca massa e pouca espessura, permitindo que as áreas verticais das fachadas se transformem em densos jardins, os quais podem, inclusive, apresentarem soluções tecnológicas automatizadas para sua instalação, rega e fertilização.
Este tipo de tecnologia oferece benefícios como a redução da temperatura ambiente, melhorando o conforto térmico no interior dos edifícios, serve como habitat para pássaros, auxilia na umidificação e filtragem do ar, colabora com a redução da poluição, possibilita a retenção de ruídos em locais de tráfego intenso de veículos nos grandes centros urbanos, além do indiscutível efeito estético.
As Figuras 1 e 2 apresentam duas edificações onde foram empregadas esta solução.
Figura 1 - Fachada com parede verde
Figura 2 - Jardim Vertical
A estrutura implantada para a concepção do jardim vertical pode ser por meio de treliças e redes metálicas ou na forma de alvenaria com elementos do tipo cachepots. A vantagem das estruturas em alumínio é que as mesmas apresentam durabilidade quanto à corrosão e podem ser empregadas em grandes edifícios e grandes obras comerciais. Já os sistemas do tipo alvenaria, são de mais simples execução e mais indicados ara locais de pé direito reduzido, como fachadas de residências, muros, varandas e sacadas. Uma terceira opção são as estruturas modulares em plástico injetado ou metal.
Esta nova concepção de jardim, constituída de painéis verdes, pode ser a solução ideal para locais de área restrita, dando vida a muros, corredores, ambientes internos, áreas de recepção ou paredes próximas a piscinas [1].
As Figuras 3 e 4 apresentam dois destes ambientes, um corredor interno e o muro na área de uma piscina.
Figura 3 - Corredor interno/hall
Figura 4 - Muro na Área da Piscina
Um dos grades desafios em jardins verticais é manter a vegetação viçosa e exuberante, além da manutenção da qualidade do substrato (terra) utilizado, uma vez que a vegetação e suas raízes ficam restritas ao espaço do nicho ou vaso, de acordo com o sistema utilizado. Para garantir a nutrição da planta por um longo período, particularmente em recintos com pouca incidência solar, pode ser feita a opção de rega automatizada.
Em relação às espécimes vegetais mais indicadas, podem ser usadas plantas florais, como a tilândsia-azul (Tillandsiacyanea), flor-de-coral (Russealiaequitiformis), maria-sem-vergonha (Impatiens walleriana hybrid), lisimáquia (Lysimachiacongestiflora), flor batorn (Aeschynanthuspulcher) e a planta-veludo (Ruelliamakoyana).
Outra opção são as folhagens, como a samambaia metro (Polypodiumpersciciflorum), samambaia americana (Nephrolepisexaltata), dinheiro-em-penca (Callisiarepens), hera-variegata (Hederasp), ripsális (Rhipsalissp), orelha-de-elefante (Kalanchoethyrsiflora), peperômia (Peperomiascandens 'Variegata'), aspargo pendente (Asparagusdensiflorus 'Sprengeri'), filodendro xanadú (Philodendronxanadu).
Folhagens de cores variadas, como crótons (Codiaeumvariegatum) e lambari-roxo (Tradescantia zebrina) também dão um ótimo efeito, como mostram as Figuras 5 e 6 [1, 2].
Figura 5 - Folhagens de Cores Variadas
Figura 6 - Folhagens Verdes
Entre as mais fáceis de manter estão as samambaias (necessitam de sombras), as bromélias, as ripsalis (necessitam de pouca iluminação) e até as suculentas (aconselháveis para locais com maior incidência do sol).
Recomenda-se consultar um especialista para verificar a adequação destes espécimes ao tipo de solução técnica adotada para o jardim vertical em questão. Já existem empresas especializadas neste segmento que elaboram o projeto e acompanham a execução da proposta, cuidando, inclusive, da manutenção do jardim.
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Uma forma simples e de baixo custo é fixar na parede uma sequência de vasos, que podem ser de material cerâmico, plástico ou fibra de coco. Esta é uma boa opção para espaços pequenos, com a vantagem de se ter uma solução personalizada. Como neste caso a irrigação será manual, os vasos devem estar dispostos próximos, evitando-se que sejam fixados em pontos muito altos.
Outra opção acessível são as placas ou treliças de metal, de madeira ou de bambu, facilmente encontradas em lojas especializadas.
Para jardins maiores, a escolha dos materiais varia de acordo com o projeto e, nestes casos, é essencial o acompanhamento de uma empresa especializada ou de um paisagista.
As Figuras 7 e 8 apresentam duas alternativas distintas deste tipo de jardim.
Figura 7 - Painéis Modulados com Suculentas, Aspargos, Dinheiro-em-penca e Peperômia
Figura 8 - Parede Verde de Vasos com Samambaia Americana
Entre as técnicas existentes, algumas apresentadas a seguir são as mais práticas de se executar e também as mais utilizadas [4]:
- Uso de Garrafas PET
Este método, desenvolvido pelo arquiteto Marcelo Rosenbaum, reutiliza garrafas plásticas para comporem o jardim vertical. A sugestão é ideal para pequenas áreas destinadas ao jardim. Além disso, se torna uma solução ideal para o descarte das garrafas PET, que ganham uma utilidade. As garrafas ficam suspensas, amarradas por cordas de nylon, como mostram as Figuras 9 e 10.
Figura 9 - Garrafas PET Suspensa Figura 10 - Muro com Garrafas PET
- Vasos Meia Lua
Figura 11 - jardim vertical com Vasos Meia Lua em Cerâmica
- Vasos em Fibra de Coco
É uma opção perfeita para espaços como varandas e sacadas de apartamentos. Por ser confeccionada com material natural, pode ficar aparente, sem prejudicar o visal. A parede que vai receber o painel deverá ser impermeabilizada e o painel de fibra de coco pode ser parafusado na estrutura. A Figura 12 apresenta painéis com vasos em fibra de coco.
Figura 12 - Jardim Vertical com Painéis e Vasos em Fibra de Coco
- Técnica Quadro Vivo
Figura 13 - Opções de Quadros Vivos
- Técnica Treliças e Vasos
Figura 14 - Treliça com Tela de Alambrado
- Técnica Wall Green
Figura 15 - Estrutura Modular de Plástico Injetado de Wall Green
- Técnica Green Wall Ceramic
A técnica utilizada pela empresa Green Wall Ceramic utiliza blocos cerâmicos que podem ser fixados em paredes ou em muros utilizando argamassa. É necessário descascar a pintura da parede para facilitar a fixação do bloco. Após a instalação, é necessário impermeabilizar o painel com produtos atóxicos, como os utilizados em reservatórios de água, para não prejudicar as plantas. As jardineiras podem ser pintadas ou receberem outro tipo de acabamento. para os painéis maiores, é necessário instalar um sistema profissional de irrigação por gotejamento, na Figura 16 podem ser visualizadas as opções do sistema de irrigação manual e por gotejamento além do acabamento da jardineira com pastilhas de vidro.
Figura 16 - Blocos Cerâmicos da Green Wall Ceramic
- Técnica de Blocos Pré-Moldados
Figura 17 - Blocos Pré-moldados da Neo Rex (Jardineiras Contínuas e em Zigue-Zague)
Desta forma, basta escolher a alternativa que lhe seja mais viável e colocar suas ideias em execução.
REFERÊNCIAS
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